Historicamente predomina no cinema brasileiro um ponto de vista branco e masculino, conforme evidencia o levantamento “Diversidade de Gênero e Raça nos Longas-metragens Brasileiros Lançados em Salas de Exibição 2016”, realizado pela Agência Nacional do Cinema – Ancine em 2018, que evidencia a exclusão de mulheres negras das funções de roteiro e direção; e não considera a produção cinematográfica feita realizadores/as indígenas.
Apesar dessas profundas desigualdades raciais e de gênero, o cinema tem sido um terreno cultivado por homens e mulheres negras e indígenas na construção de suas próprias narrativas. Em abril de 2023 foi criada a Katahirine (palavra originária da etnia Manchineri que significa constelação) e é que dá nome a
Trata-se a primeira rede de mulheres indígenas que se dedicam ao audiovisual, pois “a imagem é nossa flecha, nossa arma, que aprendemos a usar assim como o papel”, afirma a cineasta Patrícia Ferreira Pará Yxapy (da etnia Mbyá-Guarani).
Também sob essa perspectiva é que mulheres negras brasileiras de diversas partes do país tem construído nas últimas décadas um “Cinema Negro no Feminino”, por meio do qual são recriados mundos e possibilidades de amor e afetos. Ao produzir e dirigir seus filmes, cineastas negras brasileiras têm edificado um modo de fazer cinema que tem como referência a história e a cultura negras.