cinemas negros e indígenas pra sonhar outros mundos

Historicamente predomina no cinema brasileiro um ponto de vista branco e masculino, conforme evidencia o levantamento “Diversidade de Gênero e Raça nos Longas-metragens Brasileiros Lançados em Salas de Exibição 2016”, realizado pela Agência Nacional do Cinema – Ancine em 2018, que evidencia a exclusão de mulheres negras das funções de roteiro e direção; e não considera a produção cinematográfica feita realizadores/as indígenas.

Apesar dessas profundas desigualdades raciais e de gênero, o cinema tem sido um terreno cultivado por homens e mulheres negras e indígenas na construção de suas próprias narrativas. Em abril de 2023 foi criada a Katahirine (palavra originária da etnia Manchineri que significa constelação) e é que dá nome a

 

Trata-se a primeira rede de mulheres indígenas que se dedicam ao audiovisual, pois “a imagem é nossa flecha, nossa arma, que aprendemos a usar assim como o papel”, afirma a cineasta Patrícia Ferreira Pará Yxapy (da etnia Mbyá-Guarani).

Também sob essa perspectiva é que mulheres negras brasileiras de diversas partes do país tem construído nas últimas décadas um “Cinema Negro no Feminino”, por meio do qual são recriados mundos e possibilidades de amor e afetos. Ao produzir e dirigir seus filmes, cineastas negras brasileiras têm edificado um modo de fazer cinema que tem como referência a história e a cultura negras.

Cronograma

30/03/24 – Sessão 1 – Sertão Negro

  • Exibição dos curtas Camelôs (Milena Manfredini, 2018), Elekô (Coletivo Mulheres de pedra, 2015) e Tia Ciata (Mariana Campos e Raquel Beatriz, 2017).
  • Roda de conversa com Melissa Alves (curadora, arquiteta e urbanista), mediada por Ceiça Ferreira (diretora geral do projeto).

11/04/24 – Sessão 2 – Sertão Negro

  • Sessão especial com o lançamento em Goiânia do longa Black Rio! Black Power! (Emílio Domingos, 2023) e exibição do curta Terreiro de memórias (Naymare Azevedo, 2017).
  • Conversa com os realizadores, mediada por Rafael de Almeida (cineasta, artista visual e pesquisador de cinema).

Localização

Sertão Negro – O projeto será executado no Cineclube Maria Grampinho, cujas sessões são realizadas no Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes, localizado na Rua Goiazes, quadra P, lote 9, Loteamento Shangri-la. Este espaço independente foi criado pelo artista visual Dalton Paula em 2021 e em 2022 iniciou efetivamente suas atividades, que incluem residências artísticas, aulas de capoeira, cerâmica, gravura, além de eventos que destacam a cultura e a tradição afro-brasileira.

Escolas municipais – (aguardando confirmação)

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